quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Análise da cobertura midiática dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio 2016 O futebol masculino (da crise ao ouro)

Betti classifica o esporte como sendo um esporte da mídia, pois ela não coloca o esporte como auto-conhecimento ou cooperação. Mas o coloca em uma ênfase na vitória-derrota, no melhor, no mais forte, e ainda o impõem com características violentas (BETTI, 2001). Ele ainda coloca como características desse esporte da mídia a ênfase na falação esportiva, cria expectativas, critica, polemiza, dramatiza e ainda elege ídolos. E que ídolos?  Neymar? Qual o real conceito de ídolo? O que justifica as pessoas idolatrarem jogadores? Eles por acaso salvaram a vida de alguém ou nos servem de exemplo? Não, ele é meu ídolo porque ele é rico, ele joga muito bem, ele usa DYF, ele corta o cabelo assim, etc. Claro, pois a mídia televisiva busca atingir a emoção e não a razão do espectador, sendo este vítima de muita ilusão. Na mídia não seria rentável passar sobre a vida dos atletas foras dos campos, suas dores, seus problemas, afinal eles são seres humanos, não só maquinas de rendimento. Ídolos estes que podem até não ter feito algo notável dentro de campo, que estavam jogando mal, porém uma bola, uma jogada que resulta em gol e a história muda, ao invés de ser criticado, a mídia o chama de herói.
A notícia feita pela BBC do Brasil, ao falar da vitória da seleção olímpica do Brasil, mostra um breve resumo da trajetória do time na competição e sempre colocando o atleta Neymar como líder e herói da equipe, com frases similares a esta: “A equipe liderada por Neymar...”, reforçando o que foi dito no paragrafo anterior, onde dizíamos que a mídia busca criar ídolos, jogador este que não demonstrou liderança alguma durante as Olimpíadas, pelo contrário, era o primeiro a buscar briga com os jogadores adversários, mostrando assim incapacidade de liderança, de ser um exemplo ao time, porém nas finais ele demonstrou bastante trabalho de equipe, jogando assim para o time, o que causou uma melhora gritante no desempenho da equipe, que no começo foi até menosprezado pela mídia e torcedores. A mídia começou a comparar o desempenho da equipe masculina que estava indo mal com a equipe feminina que estavam tendo um excelente desempenho, o que resultou em muitos “memes” na internet, causando uma disputa desnecessária entre os gêneros.

Autores: Isaac Guilhon Nunes e Rosane Scherer

REFERÊNCIAS

BETTI, Mauro. Esporte na mídia ou esporte da mídia? Motrivivência, Florianópolis, v. 17, p.01-03, 2001.


DUARTE, F. Brasil ganha nos pênaltis ouro que faltava ao futebol masculino. BBC Brasil, Rio de Janeiro, ago, 2016. Disponível em: <http://www.bbc.com/portuguese/geral-37137546>. Acesso em: 27 set. 2016.

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