Betti classifica o
esporte como sendo um esporte da
mídia, pois ela não coloca o esporte como auto-conhecimento ou cooperação. Mas
o coloca em uma ênfase na vitória-derrota, no melhor, no mais forte, e ainda o
impõem com características violentas (BETTI, 2001). Ele ainda coloca como
características desse esporte da mídia a ênfase na falação esportiva, cria
expectativas, critica, polemiza, dramatiza e ainda elege ídolos. E que ídolos? Neymar? Qual o real conceito de ídolo? O que
justifica as pessoas idolatrarem jogadores? Eles por acaso salvaram a vida de
alguém ou nos servem de exemplo? Não, ele é meu ídolo porque ele é rico, ele
joga muito bem, ele usa DYF, ele corta o cabelo assim, etc. Claro, pois a mídia
televisiva busca atingir a emoção e não a razão do espectador, sendo este
vítima de muita ilusão. Na mídia não seria rentável passar sobre a vida dos
atletas foras dos campos, suas dores, seus problemas, afinal eles são seres
humanos, não só maquinas de rendimento. Ídolos estes que podem até não ter
feito algo notável dentro de campo, que estavam jogando mal, porém uma bola,
uma jogada que resulta em gol e a história muda, ao invés de ser criticado, a
mídia o chama de herói.
A notícia feita pela
BBC do Brasil, ao falar da vitória da seleção olímpica do Brasil, mostra um
breve resumo da trajetória do time na competição e sempre colocando o atleta
Neymar como líder e herói da equipe, com frases similares a esta: “A equipe
liderada por Neymar...”, reforçando o que foi dito no paragrafo anterior, onde
dizíamos que a mídia busca criar ídolos, jogador este que não demonstrou
liderança alguma durante as Olimpíadas, pelo contrário, era o primeiro a buscar
briga com os jogadores adversários, mostrando assim incapacidade de liderança,
de ser um exemplo ao time, porém nas finais ele demonstrou bastante trabalho de
equipe, jogando assim para o time, o que causou uma melhora gritante no
desempenho da equipe, que no começo foi até menosprezado pela mídia e
torcedores. A mídia começou a comparar o desempenho da equipe masculina que
estava indo mal com a equipe feminina que estavam tendo um excelente
desempenho, o que resultou em muitos “memes” na internet, causando uma disputa
desnecessária entre os gêneros.
Autores: Isaac Guilhon Nunes e Rosane Scherer
REFERÊNCIAS
BETTI,
Mauro. Esporte na mídia ou esporte da mídia? Motrivivência, Florianópolis, v. 17, p.01-03,
2001.
DUARTE, F. Brasil ganha nos pênaltis ouro que faltava ao futebol masculino. BBC
Brasil, Rio de Janeiro, ago, 2016. Disponível em: <http://www.bbc.com/portuguese/geral-37137546>. Acesso em: 27 set. 2016.
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