sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Legados dos jogos para a cidade do Rio e para o Brasil



 
Este breve texto aborda de modo geral como algumas mídias apresentaram à população brasileira e ao mundo o Legado das Olimpíadas para o Rio de Janeiro e para o Brasil. No decorrer de nossas pesquisas encontramos reportagens, documentários, vídeos – propagandas, informativos do Governo Federal e comentários em redes sociais, nós utilizamos principalmente a Internet como uma ferramenta de busca.
A escolha do Rio de Janeiro para sediar as Olimpíadas e as Paraolimpíadas se dá no ano de 2009, a partir desse instante cria-se o discurso de que esses dois eventos deixariam um legado não só para a cidade do Rio de Janeiro como para todo o Brasil. E o que é o Legado? É um conjunto de obras de infraestrutura (incluindo esportiva) e políticas públicas nas áreas de mobilidade, meio ambiente, urbanização, educação e cultura, segundo informações retiradas da Autoridade Pública Olímpica (APO).  As obras de políticas públicas totalizaram 27 projetos, organizados em: 14 projetos para o Município, 10 para Estado e 3 para a União.
 As obras realizadas no Rio de Janeiro foram: Mobilidade: Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), Custo: 1,18 bilhão; Ampliação do Elevado do Joá, Custo: 475,95 milhões; BRT Transolímpica e Transoeste, Custo: 2,39 bilhões; Linha 4 do Metrô Rio, Custo: 8,79 bilhões. Infraestrutura: Porto Maravilha, Custo: 8,2 bilhões; Obras contra Enchentes, Custo: 589,94 milhões; Urbanização do Engenhão e Deodoro, Custo: 167,90 milhões. Legado Esportivo: Arena do Futuro, Custo: 146,8 milhões; Estádio Aquático, Custo: 225,3 milhões; Complexo Esportivo Deodoro, Custo: 835 milhões; Laboratório de Dopagem, Custo: 188,36 milhões; Centro Internacional de Transmissão (IBC), Custo: 1,67 bilhão; Campo de Golfe, Custo: 60 milhões. Meio Ambiente: Baía Viva, Custo: 3,23 milhões; Esgotamento Eixo Olímpico/ Zona Oeste, Custo: 804,08 milhões.  


Mais Informações:

Na realização de nossas pesquisas, as perguntas não paravam Legado? Pra quem? Pra que? E Como? Chegamos à conclusão de que os Legados desses Mega Eventos não foram pensados para que a comunidade e a população brasileira usufruíssem das “melhorias” na cidade e no país. Esses Legados deixados por esses episódios garantem sim a exclusão social, o aumento da discriminação, da violência, da segregação, a violação dos direitos de ir e vir, do desvio de verbas, mas Garante a Manutenção do Poder e Defende os Interesses que estão concentrados nas mãos de poucos.
Usaram o discurso de que gerariam mais empregos, com mais linhas de metro iria melhorar a qualidade do transporte para a população. Fala-se em revitalização da Zona Portuária, mas não se ouve falar das remoções de famílias que habitavam as redondezas do local.
Em umas das mídias alternativas encontramos um documentário denominado Contagem Regressiva, organizado em quatro partes, produzido por uma Organização Não governamental (Justiça Global), juntamente com a Produtora Couro de Rato, o qual traz elementos que mostram o outro lado do Legado Olímpico, apresenta dados de que no Rio de Janeiro foram removidas 77.226 pessoas de suas casas e comunidades, traz informações da ordem imposta pela prefeitura utilizando-se da guarda municipal, a perseguição de ônibus que saiam das comunidades em direção a Zona Sul e de ambulantes. 

 

Mais Informações:
http://www.carosamigos.com.br/index.php/cotidiano/7579-documentario-expoe-violacoes-de-direitos-humanos-no-rio-olimpico
http://riscafaca.com.br/olimpiadas/o-legado-olimpico/
            Encontramos um material chamado OLYMPIC FAVELA (Favela Olímpica), elaborado por um alemão Marc Ohrem-Leclef, é um livro fotográfico, resultante de um trabalho realizado durante dois anos, com quatorze comunidades, que foram afetadas pelas obras das olimpíadas. O livro foi organizado em duas séries de fotografias, uma traz imagens de moradores em frente as suas casas demarcadas por códigos para a demolição e a outra traz residentes das comunidades segurando uma tocha acessa de emergência para simbolizar o sofrimento desses indivíduos. O conjunto das fotos em si traz a ideia de libertação, protesto, resistência, de independência e crise.
Mais Informações:

Nossa interpretação é que enquanto dentro do Parque Olímpico, os atletas lutam para ganhar uma medalha e uma posição, os moradores desses locais que foram atingidos lutam pela permanência de sua história, de suas raízes. Sabemos que as condições de vida dentro dessas comunidades não são das melhores, mas isso não justifica retirá-los do local onde possuem uma relação estabelecida há anos, um local que é sua referência. Cabe aqui uma ponte com uma música de um grande poeta compositor brasileiro, Paulo Cesar Pinheiro que retrata a constante mudança das/nas relações humanas com o passar do tempo.

NOMES DE FAVELAS


O galo já não canta mais no Cantagalo
A água já não corre mais na Cachoeirinha
Menino não pega mais manga na Mangueira
E agora que cidade grande é a Rocinha!

Ninguém faz mais jura de amor no Juramento
Ninguém vai-se embora do Morro do Adeus
Prazer se acabou lá no Morro dos Prazeres
E a vida é um inferno na Cidade de Deus

Não sou do tempo das armas
Por isso ainda prefiro
Ouvir um verso de samba
Do que escutar som de tiro

Pela poesia dos nomes de favela
A vida por lá já foi mais bela
Já foi bem melhor de se morar
Mas hoje essa mesma poesia pede ajuda
Ou lá na favela a vida muda
Ou todos os nomes vão mudar



Mais Informações:



Acadêmicas: Eduarda dos Passos, Miria de Vasconcellos, Suelen Pamplona dos Passos.

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