sábado, 10 de dezembro de 2016

O MMA COMO ESPORTE FEMININO

O Mixed Martial Arts (Artes Marciais Mistas, MMA) surgiu nos anos 90, mas teve sua origem desde antes de Cristo. No período de 648 a.C era presente o pancrácio, uma luta popular comum na Grécia que foi incorporada as olimpíadas antigas. Este estilo de luta era usado por militares de Esparta e o embate envolvia socos, chutes e estrangulamentos no solo. A vitória era dada para quem deixasse o oponente inconsciente primeiro.
MMA Feminino


Apesar de o MMA ter sua origem no período antes de Cristo, foi somente nos anos 90 que o esporte começou a ser praticado. O MMA tem tradição entre os homens, com transmissões freqüentes na televisão aberta. Já o MMA feminino somente foi conhecido em uma luta que ocorreu no UFC 184 em fevereiro de 2015, onde foi conhecida a campeã da categoria Peso Galo Feminino. Nesta noite, estava previsto uma luta entre a disputa de cinturão masculina, porém um dos atletas que iria lutar se machucou dias antes do evento. E, como tal programação envolve muito dinheiro, o organizador do UFC, Dana Whyte, optou por manter o evento. Nesse dia teriam outras duas lutas de outras categorias masculinas, uma luta feminina, e a grande disputa pelo cinturão feminino. Como a luta principal não iria acontecer, a mídia optou por valorizar a luta de cinturão feminina, entre Ronda Rousey e Cat Zingano.

Vemos então que o MMA feminino foi valorizado pela ausência da luta principal na categoria masculina. Essa desvalorização da mulher permeia por todo o âmbito das lutas. Uma pesquisa feita pelo site ESPN mostra que Ronda Rousey, a principal lutadora do MMA feminino ganha 10 vezes menos que o principal lutador do MMA masculino, brasileiro Anderson Silva. A busca por patrocínio também é algo que muda entre as categorias de gênero. Além disso, a visibilidade que as mulheres têm no esporte em geral é baixa. E nas lutas e no MMA não é diferente, tendo um valor diferente nas transmissões e um público menor.


A lutadora de MMA, Ronda Rousey.
Não bastando essa desvalorização da mulher dentro do mercado e das lutas, vemos nesse meio uma sexualização do corpo feminino quando, por exemplo, em paralelo ao UFC acontece a Lingerie Fighting Championship, onde apenas mulheres competem e todas usam apenas lingeries. Segundo os criadores, a “Lingerie Fighting Championships Inc. é uma empresa de mídia focada no desenvolvimento, produção, promoção e distribuição de entretenimento original para o público maduro.” Porém não é mais cabível a utilização da mulher como objeto, para um público “maduro”. Maturidade é respeito ao próximo, é respeitar as mulheres do mesmo modo que os homens, sem sexualização.


Lingerie Fighting Championship 


Elaborado por: Cláudio Fontão e Vivian Souza.

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