quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Hipismo, sem estereótipos!




A arte de saltar com cavalos como competição tem sua origem no século 19, época em que os conjuntos formados por cavaleiro e cavalo já tinham o hábito de saltar durante as caçadas. Em 1868, a Real Sociedade de Dublin promoveu uma prova de salto em altura e outra de salto em distância, com o objetivo de testar a capacidade dos cavalos de caça.
Alguns anos depois, em 1881, a mesma Real Sociedade de Dublin voltou a inovar e desenvolveu o que serviria de molde para as competições atuais. Foi criada uma pista em que os conjuntos (nome dado ao par formado por cavalo e cavaleiro ou amazona) tinham que superar quatro obstáculos. Dois deles eram fixos, um se apresentava como uma parede de pedra e o outro consistia em uma espécie de tanque d’água escavado no solo.
Como esporte olímpico, o hipismo foi disputado pela primeira vez nos Jogos de 1900, em Paris, com provas de saltos. A modalidade só retornou às Olimpíadas em 1912, em Estocolmo, tendo, depois disso, aparecido em todas as edições.

O Hipismo é um dos poucos esportes olímpicos em que não há divisão por gênero, tanto nas competições individuais quanto por equipes. Na modalidade Circuito Completo de Equitação (CCE), que envolve provas de adestramento, cross-country e saltos, as mulheres começaram a participar em Tóquio-64. O Brasil, que teve atletas no CCE individual em todos os Jogos a partir de Barcelona-92 e por equipes desde Atlanta-96, no entanto, nunca teve uma amazona na modalidade, seja como competidora individual ou como parte da equipe.

O esporte, porém recebe algumas criticas por desigualdades nos lucros, como fez a mineira Maria Fernanda: "Mas me entristece um pouco que o esporte masculino dê mais dinheiro. Não sei se é só por preconceito, parece algo mais comercial. Mas pode ter um pouco dos dois. Pode ter preconceito na distribuição comercial.", mas por outro lado o esporte também é muito elogiado pelo tratamento igualitário como o comentário feito pela mesma Maria Fernanda: "Em cima de um cavalo todo mundo é igual", afirmou. "Os próprios comentaristas do hipismo focam mais no cavalo do que nos cavaleiros e amazonas. Mas as mulheres sempre são citadas em pé de igualdade com os homens."

O Hipismo, ou equitação, além de ser um esporte é também uma forma de tratamento para diversas doenças, em Florianópolis, Santa Catarina, é trabalhado em forma de terapia e tem o nome de Equoterapia, que é um método terapêutico e educacional, reconhecido pelo Conselho Federal de Medicina, que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar, nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial do indivíduo. A atividade equoterápica baseia-se em fundamentos técnico-científicos (ANDE-Brasil) e é indicado para pessoas com síndromes, doenças genéticas, neurológicas, ortopédicas, musculares e clínico metabólicas, sequelas de traumas e cirurgias, doenças mentais, distúrbios psicológicos e comportamentais, distúrbios de aprendizagem, linguagem, entre outros. Também temos a equitação lúdica, onde é desenvolvida com crianças de dois a cinco anos, sem diagnósticos de patologias, com o objetivo do desenvolvimento global dos pequenos, onde as crianças iniciam o aprendizado de montar a cavalo de uma maneira prazerosa, através de brincadeiras e atividades lúdico-pedagógicas.

 Autores: Isaac Guilhon Nunes e Rosane Scherer

REFERÊNCIAS

BRASIL, Bbc. "Em cima do cavalo todo mundo é igual": homens e mulheres são rivais no hipismo. Disponível em: <http://esporte.ig.com.br/olimpiadas/2016-08-15/hipismo-mulheres.html>. Acesso em: 19 nov. 2016.
ESCOLA, Brasil. Hipismo. Disponível em: <http://www.brasil2016.gov.br/pt-br/olimpiadas/modalidades/hipismo>. Acesso em: 19 nov. 2016.
ESPNW. Com participação feminina desde os Jogos Olímpicos de 1964, Circuito Completo de Equitação (CCE) nunca teve uma brasileira na disputa. Disponível em: <http://espnw.espn.uol.com.br/com-participacao-feminina-desde-os-jogos-olimpicos-de-1964-circuito-completo-de-equitacao-cce-nunca-teve-uma-brasileira-na-disputa/>. Acesso em: 19 nov. 2016.
MARIA, Centro de Equoterapia Santa. Equoterapia. Disponível em: <http://www.equoterapiaflorianopolis.com.br/atividades/>. Acesso em: 19 nov. 2016.

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